quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Crítica social em versos



Obra ‘Rábula’, de Douglas Ceccagno, tem lançamento no dia 03 de outubro, em Bento Gonçalves


Uma elaborada crítica social em versos. Na obra ‘Rábula’, o autor Douglas Ceccagno coloca a realidade em xeque, propondo, através da raiva, uma reação a um cotidiano percebido como injusto. “Isso permite que o leitor compartilhe o sentimento de indignação e, ao mesmo tempo, perceba como essa voz pode ser contraditória, egoísta e, algumas vezes, cruel. Rábula é um livro sobre liberdade, mas também sobre intolerância”, adianta.

Em 104 páginas, o livro critica os discursos unilaterais. “Vivemos, hoje, o crescimento de manifestações que exigem direitos para uma classe, mas que os negam para qualquer outro grupo, diferente daquele ao qual se pertence. Esse clamor por liberdade é, muitas vezes, um disfarce para a manutenção dos privilégios de classe”, avalia o autor. 

Reunindo pensamentos contraditórios, o rábula, personagem que se expressa nos poemas do livro, procura encontrar a coerência entre todas as ideias que abraça – porém, cada visão que expressa, de forma individual, é parcial. “Os leitores certamente não vão encontrar no livro uma verdade, um discurso pronto. A cada momento o texto afirma uma proposta, mas depois a reavalia e desmente. Os temas são retomados de um poema para outro e, com frequência, as opiniões sobre eles se modificam. Esse exercício de reflexão é a base da crítica social a que Rábula se propõe”, diz.

Na graduação em Letras de Língua Portuguesa e Inglesa, no mestrado em Letras (pela Universidade de Caxias do Sul) e no doutorado na área de Teoria da Literatura (pela PUC-RS com estágio na Université Paris 3), continuou sua formação. Buscando referências e incentivo na própria literatura, vem aperfeiçoando sua escrita há cerca de vinte anos. As primeiras publicações datam de 1996. Também veiculou textos de opinião em jornais, poemas em antologias de concursos literários e artigos em revistas de estudos de literatura e participou, em 2006, da obra Calendário, em parceria com os poetas João Cláudio Arendt, Clóvis da Rolt e Marli Cristina Tasca. “Nunca escrevi para agradar ninguém, nem fiz concessões. Essa liberdade é uma característica do meu trabalho”, diz.


Os fãs da boa literatura podem acompanhar o lançamento da obra, que está agendado para o dia 03 de outubro (sábado), às 19h30, na Fundação Casa das Artes, em Bento Gonçalves.

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