quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Soldado da Paz



 
Ênio Balestro e Prefeito Municipal Guilherme Pasin durante a troca de comando do 6º BCOM
“Em virtude de um evento sobre Ecoterapia que aconteceu na Fundação Casa das Artes conheci pessoas da Associação Brasileira de Integrantes do Batalhão Suez- RS e comecei a conversar com eles sobre um tio meu que tinha servido”, diz Ênio Balestro, funcionário da Fundação Casa das Artes/Secretaria da Cultura.


O tio em questão se chama João Balestro que serviu na Guarita nº 9 na Faixa de Gaza, entre Egito e Israel, nos anos de 1963/1964. Lá enfrentou várias dificuldades como: variações climáticas rigorosas, choque psicológico pela troca da pátria, idioma estrangeiros, área das mais endêmicas do mundo, precários alojamentos em barracas de lona, campos minados, hostilidade de muitos refugiados que habitavam área, entre outros problemas.
 
João Balestro

“João Balestro foi convidado a integrar o Batalhão Suez, contrariando a família. Só avisou que estava nesta Força de Paz quando chegou ao local. Naquela época eu tinha 9 anos e ouvia falar muito deste meu tio. Por meio destas pessoas que conheci no evento comecei a investigar a história dele, procurando informações, fotos, conversando com seus colegas que serviram junto com ele naquela época.”, relata Ênio Balestro. 


Quando retornou, João Balestro se estabeleceu em São Leopoldo, onde abriu um restaurante. Infelizmente, veio a falecer com 30 anos, em 1968, vítima de um infarto. 


Em outubro de 2014, Ênio Balestro foi convidado a representá-lo para receber a Medalha Soldado da Paz (In Memoria). A outorga tem por objetivo distinguir integrantes e ex-integrantes das Forças de Paz das Nações Unidas formada por militares que na década de 1957 a 1967 cumpriram A Mais Longa Missão do Exército Brasileiro no Exterior. Em outubro de 2015, recebeu a Medalha Legionário da Paz. “Para nós, da família Balestro, é uma honra receber essas distinções que dignificam ações em nome da harmonia dos seres humanos.”, exalta Ênio.

Ênio Balestro recebendo a Medalha Soldado da Paz. No ato representou seu tio João Balestro


Ao longo do século XX, o mundo vivenciou várias guerras que estremeceram suas estruturas. Tempos de guerra evocam uma realidade dura, triste e carregada de pessimismo, pois traz transformações profundas na alma e na cultura de um país e de sua população. Por vezes, é necessário apelar para ajudas externas, chamadas missões de paz, para amenizar a situação do conflito. 


Nesse sentido, é sempre necessário relembrar da participação de soldados brasileiros que integraram várias forças de paz em conflitos ao redor do globo. O Batalhão Suez é uma das instituições militares mais emblemáticas do país que começou a atuar em 1948 na Faixa de Gaza e um pedaço de sua história está relacionado a uma família de Bento Gonçalves.

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