Na ocasião, teve uma nova formação dos Agentes de Leitura, além da entrega de novos livros para complementar os acervos das bibliotecas. “O encontro de agentes de leitura é uma estratégia para promover o intercâmbio e compartilhamento de práticas de incentivo à leitura no campo, além de uma oportunidade de integração entre os que estão lutando para a melhoria dos índices educacionais e, em especial, dos índices de leitura no meio rural brasileiro”, ressalta Cleide Cristina Soares, coordenadora geral de Ação Cultural do MDA e coordenadora nacional do Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras.
A atividade integra 42 agentes voluntários que atuam, desde 2010, em 21 bibliotecas rurais de Bento Gonçalves e mais duas de Caxias do Sul – em atividade desde 2006. Entre os participantes está a agente Marinês Fabrício Tomasin, responsável pela Arca das Letras na comunidade Silva Pinto Norte, no distrito de Pinto Bandeira (RS). “A unidade foi entregue há mais de um ano e, hoje, contribui para promover o hábito da leitura entre os agricultores familiares, com destaque para as crianças. A meta é promover a democratização do acesso ao livro, a valorização da leitura e o fortalecimento da inclusão social”, relata.
Marinês também destaca a importância do encontro. “É uma ótima oportunidade para integrar os agentes da leitura, promovendo um intercâmbio de fazeres e conhecimentos entre eles, além de analisarmos o alcance dos objetivos propostos pelo Arca das Letras e a participação das comunidades na gestão das bibliotecas rurais.” Todos os agentes de leitura são voluntários, moradores das comunidades, escolhidos em reunião local. Cada comunidade indicou dois moradores para receberem a capacitação pelo MDA.
A coordenadora do MDA explica que cada arca possui um acervo inicial de 230 livros de literatura para todas as faixas etárias, histórias em quadrinhos (gibis), livros para pesquisa educacional, livros técnicos e especializados em meio ambiente, educação, técnicas agrícolas, entre outros de interesse local que, cuidadosamente organizados, contribuem para o acesso ao conhecimento produzido por todas as partes do mundo - com destaque para a produção literária brasileira.
Os livros ficam acondicionados em móveis-bibliotecas com prateleiras abertas, criados especificamente para atender às comunidades rurais, com compartimentos que servem para guardar os livros e para fazer exposições literárias. A prefeitura do município custeou a fabricação das arcas e o Ministério do Desenvolvimento Agrário organizou os acervos, com apoio de doações de editoras e do FNDE/MEC.
Atualmente, são 355 bibliotecas do Programa Arca das Letras em comunidades rurais de 244 municípios de todo o estado do Rio Grande do Sul, atendendo a mais de 50 mil famílias de agricultores familiares.
Sobre o programa
Desde 2003, o Programa Arca das Letras já implantou 8,9 mil bibliotecas rurais em 3.022 municípios brasileiros. Até o momento, mais de 2,5 milhões de livros foram distribuídos, beneficiando aproximadamente 1,5 milhão de famílias do campo - agricultores, assentados da reforma agrária, pescadores, quilombolas, indígenas e populações ribeirinhas.
As bibliotecas são instaladas em locais de acesso público, como associações, ou em casas de trabalhadores voluntários do Programa, conhecidos como agentes de leitura. São eles os responsáveis pelo empréstimo dos livros e pelas campanhas de ampliação das coleções.
A ação conta com mais de dois milhões de livros, todos conseguidos por meio de doação. Os acervos, armazenados em móveis bibliotecas, denominadas de arcas, possuem títulos da literatura brasileira e estrangeira, material didático, histórias em quadrinhos e publicações técnicas, entre outras opções.
Fonte: Portal do Desenvolvimento Agrário
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