terça-feira, 19 de novembro de 2013

D. Nadir Coppetti Iserhard



Minha colega, Denize Caron, e eu, Jose Martim Estefanon, chegamos atrasados ao encontro. Era para ser às 13h e chegamos às 13h30.  E a nossa entrevistada já estava à meia hora nos esperando: “Quando marco um compromisso sou pontual!”.


Pedimos perdão, mas para sorte nossa uma colega da Fundação Casa das Artes, Eleonora Zorzi já estava conversando com a D. Nadir até chegarmos.

Lição aprendida e registrada.

No entanto, a conversa foi um dos momentos únicos das nossas vidas. Ouvir D. Nadir Coppetti Iserhard é um prazer imensurável. É estar presente com a grandeza e a beleza da vida: miúda, cabelos brancos muito bem arrumados, brincos, bengala, pasta preta com os instrumentos da sua aula de pintura. Sim, D. Nadir tem 94 anos e continua estudando, aprendendo.

Aluna da Oficina de Acrílico de Doraci Possamai, ministrada na Fundação Casa das Artes, D. Nadir traz o olhar da poesia das vivências, da expressão sólida de não ter tido nenhum arrependimento. Minto. Esses repórteres não estão falando tudo. Sim, ela tem um arrependimento: “De não ter feito mais alguma coisa. Poderia ter feito mais”, diz ela.

D. Nadir nasceu em Passo do Sobrado, distante 134 km de Porto Alegre. Teve uma vida dedicada à educação. Formada em Passo Fundo, lecionou para a 1ª e 6ª séries em várias cidades e alfabetizou adultos em cursos noturnos, tais como: Tapera, Não Me Toque, Carazinho, Rio Pardo. Em Santa Cruz do Sul, trabalhou na Delegacia Regional de Ensino  (que atendia a nove municípios e as do interior destes lugares) onde foi Orientadora Educacional- 1ª Assistente Técnica da Delegacia de Ensino.

Vem desde essa época que era professora o gosto pelas artes plásticas, pelo desenho, pela criação figurativa. D. Nadir confeccionava histórias com ilustrações para os seus alunos, desenhava cartazes para os eventos institucionais dos locais que trabalhava.

Porém, foi quando se aposentou que a pintura entrou definitivamente na sua vida, a qual se dedica exclusivamente, tendo preferência em retratar casarios e paisagens. E a autocrítica surge: “quando termino uma tela, coloco-a a certa distância e sento para observá-la. Se tiver algo que não gosto, não está de acordo, vou lá e arrumo”.

Ah, também D. Nadir se casou aos 35 anos, tem um casal de filhos, cinco netas e dois bisnetos e vive entre Bento Gonçalves e Porto Alegre.

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