“Em
virtude de um evento sobre Ecoterapia que aconteceu na Fundação Casa das Artes
conheci pessoas da Associação Brasileira de Integrantes do Batalhão Suez- RS e
comecei a conversar com eles sobre um tio meu que tinha servido”, diz Ênio Balestro,
funcionário da Fundação Casa das Artes/Secretaria da Cultura.
O
tio em questão se chama João Balestro que serviu na Guarita nº 9 na Faixa de
Gaza, entre Egito e Israel, nos anos de 1963/1964. Lá enfrentou várias
dificuldades como: variações climáticas rigorosas, choque psicológico pela
troca da pátria, idioma estrangeiros, área das mais endêmicas do mundo,
precários alojamentos em barracas de lona, campos minados, hostilidade de muitos
refugiados que habitavam área, entre outros problemas.
“João
Balestro foi convidado a integrar o Batalhão Suez, contrariando a família. Só
avisou que estava nesta Força de Paz quando chegou ao local. Naquela época eu
tinha 9 anos e ouvia falar muito deste meu tio. Por meio destas pessoas que
conheci no evento comecei a investigar a história dele, procurando informações,
fotos, conversando com seus colegas que serviram junto com ele naquela época.”,
relata Ênio Balestro.
Quando
retornou, João Balestro se estabeleceu em São Leopoldo, onde abriu um restaurante.
Infelizmente, veio a falecer com 30 anos, em 1968, vítima de um infarto.
Em
outubro de 2014, Ênio Balestro foi convidado a representá-lo para receber a
Medalha Soldado da Paz (In Memoria). A outorga tem por objetivo distinguir
integrantes e ex-integrantes das Forças de Paz das Nações Unidas formada por
militares que na década de 1957 a 1967 cumpriram A Mais Longa Missão do
Exército Brasileiro no Exterior. Em outubro de 2015, recebeu a Medalha
Legionário da Paz. “Para nós, da família Balestro, é uma honra receber essas
distinções que dignificam ações em nome da harmonia dos seres humanos.”, exalta
Ênio.
Ênio Balestro recebendo a Medalha Soldado da Paz. No ato representou seu tio João Balestro |
Ao
longo do século XX, o mundo vivenciou várias guerras que estremeceram suas
estruturas. Tempos de guerra evocam uma realidade dura, triste e carregada de pessimismo,
pois traz transformações profundas na alma e na cultura de um país e de sua
população. Por vezes, é necessário apelar para ajudas externas, chamadas
missões de paz, para amenizar a situação do conflito.
Nesse
sentido, é sempre necessário relembrar da participação de soldados brasileiros que
integraram várias forças de paz em conflitos ao redor do globo. O Batalhão Suez
é uma das instituições militares mais emblemáticas do país que começou a atuar
em 1948 na Faixa de Gaza e um pedaço de sua história está relacionado a uma
família de Bento Gonçalves.
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